quarta-feira, 27 de abril de 2011

Diário de uma viajante - Parte II

ARRUMAR AS MALAS.


Isso para mim é a morte! Eu sou aquele tipo de pessoa que precisa de opção. Não consigo planejar roupas para os dias e levar só aquilo, preciso ter mais de uma peça para escolher. Isso me rende uma dose extra de bagagem. É bem típico de mim levar uma mala de 5 dias para 1 fim de semana. Mas dessa vez eu não posso me dar ao luxo de fazer essas coisas, principalmente se eu não quiser pagar taxa de excesso de bagagem e muitas pessoas já me disseram que levaram muita coisa para viagens internacionais e lá compraram tanta coisa que tiveram que deixar roupas e apetrechos seus no lugar, para poder trazer os novos.
Eu estou a mais ou menos 1 mês me preparando psicologicamente para levar apenas uma mala. Uma mala grande, óbvio, mas somente uma. Estou dizendo a minha mente que eu comprarei coisas novas e se for necessário compro mais uma mala lá. Mas tudo lá! Do Brasil eu tenho, eu preciso, eu vou sair com uma mala só!
Eu li e pesquisei várias dicas em sites e blogs de viagens sobre o que levar e como arrumar a mala. Escolhi algumas opções e me fechei nessas peças para 30 dias:
  • 5 calças jeans
  • 5 casacos
  • 6 blusas de manga comprida
  • 3 shorts
  • 2 legs
  • 2 vestidos
  • 1 bota
  • 1 tênis
  • 1 sandália rasteira
  • 2 havaianas
  • Blusas básicas a lot
  • 3 cachecóis
  • 2 luvas
  • 2 tocas
  • E outros apetrechos normais (calcinhas, sutiãs, cintos, chápeus e etc.)
Eu viajo na sexta feia e arrumei minha mala ontem. Um site ensinou um jeito muito legal de arrumar as coisas na mala que eu tentei e ficou muito bom. É o seguinte:
Coloque os calçados dentro de saquinhos. Escolha o maior para você ir usando para não ocupar muito espaço. Dentro dos saquinhos coloque os cintos, as meias e pequenos apetrechos para ir aproveitando os espaços. Por cima coloque as calças sem dobrar e deixe as pernas para fora da mala. Peças grandes como casacos, toalhase  roupas de cama, dobre apenas duas vezes e coloque por cima das calças. Agoar é a vez das saias e vestidos, dobrados também uma vez ao meio. As blusas, pijamas e peças pequenas você pode enrolar ou dobrar em quatro partes com as mangas para dentro à la lojas de shopping. Os cachecóis, tocas, luvas podem ser entulhados nos espaços que sobraram na mala entre as roupas. Dobre as pernas da calça e pronto! As calcinhas e apetrechos, como bijus e coisas de cabelos podem ir em saquinhos dentro do bolsinhos da mala. Se você tiver tantos cosméticos e produtos de higiene e limpeza que precise de uma necessaire separada, cuidado. Porque você não vai poder despachar essa necessaire e para voôs internacionais você não pode entrar com nenhum tipo de líquído dentro do avião. Logo, existe o risco de ter que deixar todos os seus produtos no embarque. Para evitar isso, divida tudo que você tem em pequenas necessaires e coloques por cimas das calças.
Agora sente em cima de sua mala, peça para alguém fechar enquanto isso e só abra-a de novo quando você já estiver no seu destino.
Até a próxima!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Diário de uma viajante - Parte I

Uma amiga minha me deu a idéia de escrever sobre a viagem que vou fazer a São Francisco, dentro de 2 semanas, para estudar inglês. Como esse blog está um pouco, ou melhor, bastante abandonado, achei uma boa idéia, até porque os blogs que eu pesquisei com informações sobre viagens ao exterior enquanto eu ainda estava planejando me ajudaram muito!
Nome: Isabel
Origem: Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Destino: San Francisco, Ca, EUA
Motivo: Estudar inglês, passear e fazer compras, muitas, muitas compras!
1º Passo: Decidir o que fazer da sua vidinha
Eu queria fazer um curso de inglês no exterior há uns dois anos pelo menos, só que já tinha planejado as minhas primeiras férias para outro destino antes de pensar no curso. Na verdade eu só pensava no tempo que eu precisava para fazer o curso e não no dinheiro que eu precisaria, e logo eu descobri que as bolas estavam invertidas. Mas enfim, logo que você se decide a fazer uma viagem ao exterior para estudar a primeira coisa que há de se pensar é por onde você vai fazer esse curso.
2º Passo: Escolher a agência de intercâmbio, sua escola e a acomodação
A maioria das escolas internacionais de cursos de idiomas são conveniadas com várias agências que funcionam como intermediadoras no mundo inteiro. Essas agências são seu elo de ligação com a escola. Cuidam da papelada de aceite, dos pagamentos, da acomodação e algumas providenciam até a passagem aérea. E cobram por isso, óbvio. E cobram bem!
São várias as agência de intercâmbio no Brasil, as mais famosas são a STB (Student Travel Bureau), a IE Intercâmbio e a Central de Intercâmbio – CI.
Eu fiz pela STB. As agências são nada mais nada menos que sua intermediadora com o país estrangeiro. Elas buscam as escolas, as cidades e as acomodações de acordo com seu perfil.
A STB não teve muito trabalho comigo, porque eu queria ir para uma cidade barata e quente nos EUA. Os destinos mais caros são NY e Califórnia.
Na costa oeste dos EUA é onde se reúne a maior concentração de brasileiros, então escolhi a costa oposta para tentar ficar longe do idioma nativo. Até aí tudo bem porque eu ainda estava na zona quentinha da América do Norte, mas cai nos destinos mais caros, a Califórnia. Mas Deus me colocou no caminho um casal de conhecidos de São Francisco que aceitaram me hospedar, logo o preço do curso caiu pela metade. Está certo que da Califórnia, São Francisco é a cidade mais fria, mas não dá para ganhar todas né?
Sem a acomodação, o trabalho da agência é quase nulo. Eles te passam o orçamento do curso, você escolhe a forma de pagamento (várias aceitam parcelamento de até 12X, ou uma entrada de 30 ou 20% e o resto parcelado ou até 30 dias antes da viagem), eles enviam seus dados para escola e dentro de no máximo 30 dias você recebe sua carta de aceite da escola, o chamado Formulário I-20, importantíssimo para o seu visto e cuidam do seguro saúde (obrigatório para quase todas as escolas), só isso.
Quando você precisa que a escola também providencie acomodação, eles te oferecem opções de acomodação em casa de família (homestay), residência estudantil ou até apartamentos privados. As acomodações dependem da cidade que você escolher, a maioria tem casa de família e residência estudantil, mas cidades como NY às vezes possuem apartamentos single, no caso de você querer ficar sozinho.
As casas de família são as acomodações mais baratas e tem a vantagem de você conviver com nativos e exercitar o idioma 24h, a desvantagem é que nem sempre ficam perto da escola, a distância varia entre 20 e 30 minutos das casas para as escolas, em compensação você não paga comida.
As residências estudantis são a segunda opção mais barata e oferecem mais liberdade ao aluno. Você tem a convivência com outros alunos, porém podem ser alunos do mundo todo, então talvez a prática do idioma com seus colegas seja meio truncada. A desvantagem é a comida, nem todas possuem cozinha, o que significa gastar dim dim todo dia. As residências estudantis geralmente são mais perto da escola do que as casas de famílias. Escolas que são dentro de campus de Universidades oferecem o próprio alojamento da universidade para os alunos.
O apartamento single é aquilo, uma casa só para você, quarto, banheiro e cozinha próprios e tal, mas é o mais caro também.
Eu gastei com o meu curso R$ 2.900 sem acomodação. Com acomodação ele iria para R$ 5.500 (em residência estudantil, mas com quarto individual e cozinha). Em Los Angeles o valor com acomodação era R$ 4.910. Isso porque eram na Califórnia. Em NY daria quase R$ 7.000. Mas existem cidades mais baratas, em Atlanta e Chicago, o curso sai na média de R$ 3.800 em casa de família.
3º Passo: Visto
Escolhidas agência de intercâmbio, escola de idiomas, acomodação e feitos os devidos pagamentos inicias a fase seguinte é o visto. Essa foi a minha decepção, porque a agência não te ajuda em nada!
Eu sou mega medrosa com coisas que podem não dar certo e já ouvi várias histórias cabeludas de vistos negados. Descobri logo que a agência não faz nada por você; o visto com o consulado é você que providencia integralmente e exclusivamente sozinho. O máximo que eles fizeram foi me indicar um despachante. Eu que a essa altura estava apavorada com a possibilidade de encarar o consulado americano sozinha aceitei o tal despachante. Uma bela burrice. Os caras ganham dinheiro de graça.
Pagas as taxas, agendado dia e hora, preenchido o formulário, você deve reunir todos os documentos que o consulado pede. Passaporte, comprovante de preenchimento do formulário DS-160, comprovante de pagamento da taxa SEVIS, comprovante de pagamento da taxa consular, três últimos contracheques, três último extratos do banco, conta corrente e cartão de crédito, a foto 5x7 impressa (sem brincos grandes, cordão, cabelos presos ou ara trás, mostrando as orelhas), declaração de imposto de renda, carteira de trabalho e formulário I-20 (que a escola já deve ter te dado, porque sem ele você não consegue o visto). Todos os documentos devem ser originais.
Todas as informações e documentos que você deve ter e apresentar no consulado estão na página do mesmo (http://www.embaixada-americana.org.br/index.php?action=materia&id=2170&submenu=107&itemmenu=86).
Você deve pagar uma taxa para agendar a entrevista (R$ 38). Essa taxa é paga pela internet em uma página que também está no site da embaixada ou por um telefone (www.visto-eua.com.br ou (21) 4004-4950). Depois de agendada a sua entrevista (dia e hora), você deve pagar a taxa SEVIS (só para visto de estudante, o valor é 200 dólares), que é paga pela internet (o site vem informado no próprio site da embaixada). Ela deve ser paga com um cartão de crédito internacional. Depois você deve preencher um formulário DS-160 que é super tranqüilo, nada que um dicionário e um irmão, pai, namorado, mãe do lado não te ajudem. A dica é: vá salvando o formulário em cada etapa preenchida e tenha uma foto digital do tamanho 5x7 (essa foto quando você for tirar, leve um pendriver e peça uma cópia digital e outra impressa para você levar no dia da entrevista). E por último é pagar a taxa consular no citybank hall (depende do visto, no site também há uma tabela com os valores das taxas para cada visto)

E foi isso que me despachante fez por mim: pagou as taxas pela internet (com meu dinheiro, óbvio), a taxa do banco quem foi pagar fui eu, preencheu meu formulário e tirou minha foto digital (porque a impressa eu que tive que tirar e pagar também, óbvio), isso tudo pela bagatela de R$ 380. Ou seja, não faça essa asneira, você possui total e completa capacidade de executar os passos que o próprio consulado te dá no site sozinha.
Há pessoas que por via das dúvidas levam outros documentos que possam comprovar que você tem vínculos no Brasil, como escritura de imóveis, aviso de férias da empresa em que trabalha, declaração de que é estudante de alguma escola ou faculdade aqui no Brasil, seguro de carro, contrato de trabalho, certidão de nascimento de filhos, comprovante d estudo de filhos e etc. Eu fiz isso tudo e levei uma pasta abarrotada de documentos e sabe o que eles me pediram?
NADA!
O consulado é uma etapa a parte. A embaixada americana no Rio de Janeiro é super tranqüila. Tem sempre filas quilométricas, mas isso é por desconhecimento. Você agenda a sua entrevista em tal hora, mas as pessoas gostam de chegar mais cedo achando que vão conseguir entrar na frente, porém os funcionários da embaixada percorrem a fila inteira chamando as pessoas de seus devidos horários e passando na frente. Exemplo: Você está marcado 10h da manhã e chegou 9:30, a pessoa que está marcada às 13h já está lá desde 7h da manhã e é a primeira da fila. Quando for mais ou menos 15 para as 10h, os funcionários do consulado percorrem a fila toda chamando quem é do horário das 10h, conferem os documentos (passaporte, comprovante de preenchimento do formulário DS-160, foto e formulário I-20) e colocam as pessoas para dentro. Simples assim.
Lá dentro, você passa por outra triagem de documentos, deixa eles com uma atendente e recebe uma senha. Essa senha é para tirar as impressões digitais, lá eles te devolvem seus documentos, pegam suas digitais e te dão outra senha. Essa última senha é para entrevista.
A entrevista em si é em uma cabine, com os funcionários do lado de dentro de um vidro, sentados em frente a um computador com aqueles comunicadores de cinema e você do lado de fora em pé. Existem funcionários brasileiros, mas a maioria é americana e falam um português bem ininteligível, então eles perguntam se você fala inglês e dão preferência ao inglês, mas se você não souber nadinha, eles arranham o português ruim deles.
As perguntas que me perguntaram foram as seguintes:
Você trabalha? Porque quer estudar inglês? Quem vai pagar sua viagem? Porque escolheu São Francisco? Conhece alguém ou tem parente em São Francisco? Quanto tempo vai ficar em São Francisco?
Depois ela me desejou good luck e jogou meu passaporte em uma caixa ao lado dela. Saí em pânico. A mulher não pediu nenhum documento meu e depois ficou com meu passaporte. Depois me explicaram que a pessoa ficar com seu passaporte é um bom sinal, significa que sue visto foi aprovado. Se eles devolvessem, eu teria que marcar e fazer tudo de novo.
Depois disso, você vai a uma agência de correios (que a embaixada indica) e paga a taxa de envio do seu passaporte para o endereço que você quiser (sim, são taxas para C#$%¨&*). O passaporte chega em 7 dias.
Pronto!
Você está legalmente pronta para entrar nos Estados Unidos da América.

Balanço geral: Foram R$ 2.900 de curso; R$ 380 de despachante (dispense isso), R$ 636 com visto (taxas consulares convertidas em reais e taxa dos correios) e R$ 2.000 de passagem aérea ida e volta (você pode ver pela agência mesmo, ou então pesquisar nesses sites de venda de passagens que são super baratos, eu comprei as minhas pelo Submarino Viagem), o ideal é comprar as passagens depois de saber que seu visto foi concedido, mas tem gente que acha que ir na entrevista com as passagens de ida e volta já compradas é mais uma garantia para o visto. Isso fica por conta da pessoa. Mas enfim, voltando às contas, meu saldo de gastos até agora é: R$ 5.916 com garantia, de curso, teto e ida e volta para a mãe gentil, pátria amada Brasil.
E agora, o passo seguinte é economizar todo seu rico dinheirinho e juntar o que puder para sobreviver lá fora, aproveitar e fazer compras, claro. É nessa fase que estou!